Emerson Oliveira Rodrigues

Ficha Resumo

BASE CURRICULAR NACIONAL

A Base Nacional Comum Curricular é uma exigência colocada para o sistema educacional brasileiro pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996; 2013), pelas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (Brasil, 2009) e pelo Plano Nacional de Educação (Brasil, 2014), e deve se constituir como um avanço na construção da qualidade da educação.


A BNCC, cuja finalidade é orientar os sistemas na elaboração de suas propostas curriculares, tem como fundamento o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento, em conformidade com o que preceituam o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Conferência Nacional de Educação (CONAE).
Dado seu caráter de construção participativa, espera-se que a BNCC seja balizadora do direito dos/as estudantes da Educação Básica, numa perspectiva inclusiva, de aprender e de se desenvolver. Uma base comum curricular, documento de caráter normativo, é referência para que as escolas e os sistemas de ensino elaborem seus currículos,constituindo-se instrumento de gestão pedagógica das redes. Para tal, precisa estar articulada a um conjunto de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, que permitam a efetivação de princípios, metas e objetivos em torno dos quais se organiza.

SOCIOLOGIA

A presença da Sociologia no Ensino Médio corresponde ao ensino compartilhado das tradições que compõem as Ciências Sociais, isto é, Antropologia, Ciência Política e Sociologia. A Sociologia responde a duas ordens distintas de missão no Ensino Médio: de um lado, a de compartilhar teorias e conceitos consagrados pelas comunidades científicas dessas três tradições e, de outro, a de contribuir para estimular os estudantes a desenvolverem valores e atitudes compatíveis com a democracia, ao ensiná-los a estranhar e a desnaturalizar o senso comum, e, com isso, a desenvolver leitura crítica sobre fenômenos como intolerância, preconceitos, estereótipos e estigmas. A Sociologia no Ensino Médio deve ser encarada como uma disciplina que favorece o debate e a pluralidade de ideias na escola. São importantes instrumentos a discussão em torno do próprio lugar do conhecimento científico e da sua relação com o senso comum; a reflexão sobre as condições de realização da pesquisa sociológica; bem como a boa compreensão dos conceitos básicos para o pensamento sociológico, que tendem a emprestar aos estudantes renovada capacidade de representação da realidade social, cultural e política. Espera-se, afinal, que o ensino de Sociologia contribua para fazer emergir, entre os/as estudantes, processos cognitivos que levem ao questionamento do ponto de vista a partir do qual costuma-se observar e vivenciar os eventos sociais, políticos e culturais da vida contemporânea. A Sociologia deve ser capaz de despertar entre os/as estudantes a necessidade de formular perguntas sobre as causalidades e consequências desses eventos, e estimular sua disposição para a realização de pesquisas e leituras que permitam sua melhor compreensão. Para isso, o/a estudante deve compreender, em suas diferentes implicações, as relações entre indivíduos e sociedades. Para tal, deve considerar a escala dos processos sociais, incluindo as mudanças advindas das tecnologias, para melhor compreender como a sociedade impõe limites e, ao mesmo tempo, apresenta oportunidades para a intervenção humana.


Mudança do Ensino Médio

A carga horária do ensino médio subirá de 800 para 1,4 mil horas. As escolas farão a ampliação de forma gradual, mas nos primeiros cinco anos já devem oferecer 1.000 horas de aula anuais.
A BNCC, que é obrigatória a todas as escolas, deverá ocupar o máximo de 60% da carga horária total do ensino médio, sendo o tempo restante preenchido por disciplinas de interesse do aluno, que poderá eleger prioridades de acordo com a área de formação desejada em uma das cinco áreas de interesse: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.
Atualmente, o estudante que almeja uma formação técnica de nível médio precisa cursar 2,4 mil horas do ensino médio regular e mais 1,2 mil horas do técnico. Com a mudança, o jovem poderá optar por uma formação técnica profissional dentro da carga horária do ensino médio regular e, ao final dos três anos, ser certificado tanto no ensino médio como no curso técnico. Cada estado e o Distrito Federal organizarão seus currículos.
Além dos componentes curriculares previstos na BNCC, o novo ensino médio prevê a obrigatoriedade das disciplinas de língua portuguesa e de matemática ao longo dos três anos. Além disso, a língua inglesa, que não era obrigatória segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passará a ser a partir do sexto ano do ensino fundamental. Porém, no ensino médio, as redes poderão oferecer outras línguas estrangeiras, com prioridade para o espanhol.  
A partir da publicação da BNCC, os sistemas de ensino terão o ano letivo seguinte para estabelecer o cronograma de implantação das principais alterações na Lei e iniciar o processo de implementação a partir do segundo ano letivo. O texto aprovado permite, ainda, que as redes autorizem profissionais com notório saber para ministrar aulas exclusivamente em disciplinas dos cursos técnicos e profissionalizantes.

Bibliografias:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/